E se o único a perceber que sua casa está mal-assombrada fosse… o seu cachorro?
É dessa premissa simples, e perturbadora, que nasceu Good Boy, longa de terror dirigido por Ben Leonberg e narrado sob a perspectiva de Indy, seu próprio cão.
A história acompanha o cãozinho Indy que, ao lado de seu tutor Todd, testemunha eventos sobrenaturais que não são facilmente notados por pessoas.
Na trama, Todd abandona a vida urbana e se muda para uma área rural, fixando-se em uma casa localizada em uma cidade inabitada há anos. Indy, embora desconfiado do novo lar, permanece ao lado do tutor por lealdade. No local, o animal percebe presenças invisíveis e sente incômodo com cantos vazios, pressentindo algo maligno. Conforme forças sombrias começam a afetar Todd, o cachorro se vê diante da missão de protegê-lo a qualquer custo.
O longa marca a estreia de Ben Leonberg na direção e conta com roteiro escrito por Leonberg e Alex Cannon. No elenco estão Larry Fessenden, Shane Jensen e Arielle Friedman, além do próprio Indy, que assume o papel central da produção.
O olhar que vê o que ninguém mais vê
A inspiração para o longa veio enquanto Leonberg reassistia Poltergeist. “Quem tem cachorro já se perguntou por que ele fica olhando fixamente para um canto”, contou o diretor. “Foi daí que tudo começou.”
Sem superpoderes e sem dublagem em off, Indy vive a experiência como qualquer pet viveria: limitado, curioso e, muitas vezes, impotente.
400 dias de filmagem e um “ator” inusitado
O filme foi produzido como um documentário, acompanhando Indy por mais de 400 dias ao longo de três anos.
Originalmente treinado apenas para ser um animal de estimação, não um ator, Indy ditava o ritmo do set, os enquadramentos e até as pausas da equipe.
Leonberg e sua esposa, Kari Fischer (produtora do longa), mantiveram a equipe mínima. Muitas vezes, eles mesmos operavam câmera e som para evitar distrações ao cão.
Tensão sem sustos fáceis
Inspirado em O Iluminado, Leonberg prefere a tensão crescente aos sustos repentinos. Grande parte do filme se passa dentro de uma única casa, explorando ângulos baixos, cantos escuros e iluminação mínima para colocar o público dentro da perspectiva de Indy.
“Algumas distorções de lentes grande-angulares que ficam estranhas para humanos funcionam perfeitamente para um cachorro”, disse o diretor.
Sofrimento que não pode ser evitado
No fundo, Good Boy não é apenas sobre fantasmas. É sobre estar próximo do sofrimento e não poder fazer nada para impedir.
Conforme Todd, o tutor de Indy, começa a sucumbir às forças sombrias, o cão tenta alertá-lo, late, choraminga, se agita, mas nada muda.
“É engraçado, mas acho que é quase um fato: as pessoas sentem mais pelos animais do que pelos humanos”, afirma Leonberg.
Um terror íntimo e inevitável
Good Boy não aposta em espetáculo. Ele constrói medo através da proximidade, de um lugar, de uma relação e de um par de olhos atentos que enxergam o que não deveriam.
Como resume Leonberg:
“O filme é sobre o que você percebe quando está em silêncio, o que sente antes de entender, e quando o amor não é suficiente para deter a morte.”

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