Por Rodrigo Nogueira
A boneca possuída com olhar penetrante, bochechas rosadas e cílios longos vai chegar aos cinemas brigando pelo topo das bilheterias que estreia dia 9 nos cinemas |
“Annabelle” um derivado do sucesso de bilheteria “Invocação do Mal” (The Conjuring, 2013), trama que apresentou a boneca Annabelle e roubou a cena quando escapou de uma redoma benzida para aterrorizar a família dos demonologistas Ed e Lorraine Warren, durante um poltergueist. O filme consegue ter uma autonomia própria que prende a plateia diante do roteiro com o terror psicológico empregado fielmente pelo diretor James Wan e continua usando a formula anterior que por sorte deu muito certo.
No mês das crianças, bonecas são procuradas por ser a preferência das meninadas nas lojas de todo o país e muitas se tornam a melhor “amiga” da criança. Annabelle é uma boneca linda (?) e rara usando um vestido de noiva branco, seu olhar penetrante e bochechas rosadas foi comprada pelo marido John Form (Ward Horton) para completar a coleção da esposa Mia (Annabelle Wallace), que aguarda o primeiro filho do casal. Mas a alegria e a harmonia familiar não dura muito.
Em uma noite terrível, a casa é invadida por membros de um culto satânico que atacam violentamente o casal. Muito sangue derramado e traumas não são tudo o que eles deixam como rastro. Os membros da seita invocam um mal tão destrutivo que nada do que fizerem poderá ser comparado com a sinistra e estranha criatura inanimada que agora se transformou a Annabelle.
Pode parecer clichê batido, mas a receita infalível de um bom terror contem ingredientes frescos na mente dos espectadores: brinquedos possuídos, crianças aterrorizadas e correndo perigo, sagradas mães defendendo sua prole, terror psicológico e o fermento desse bolo é o tom de veracidade do roteiro com truques de filmagem, fotografia e áudio que é muito bem empregado no filme Annabelle.
Não é pelo susto grotesco que James Wan nos pega, e sim pela expectativa traumática dos movimentos que Annabelle faz, mudando de posição ou se balançando na cadeira que range. Por onde quer que Annabelle passe um terror vem a seguir: aparelhos com defeito (TV, fogão, maquina de costura), giz de cera, carrinhos de bebe em perigo, aparições assustadoras e portas batendo. Não espere movimentos bruscos igual ao boneco Chuck, se contente com o cenário imaculado dos quartos de bebês que é absurdamente violado e materialização do mal que desconcerta o espectador que fica o filme todo em estado de vigilância buscando os movimentos que estão nos detalhes.
No fim a plateia tende a ficar apavorado, repensando nos brinquedos da casa, mas não assustado. Confesso que esperei terminar todo o crédito do filme esperando por alguma pista de continuidade, mas o Professor Xavier não apareceu, quando olhei para as cadeiras do cinema percebi que não era o único jornalista. O filme deixa essa sensação de continuidade, mas teremos que aguardar a sequencia adequada, “A Invocação do Mal 2” com estreia em 2015.
Fonte: Crítica cedida por Rodrigo Nogueira. Texto originalmente publicado em
bomdiajk.blogspot.com.br/annabelle