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Cinema

“Mal Nosso” veio para mostrar o potencial do terror nacional

Um filme de Samuel Galli com Ricardo Casella, Ademir Esteves, Luara Pepita, Walderrama dos Santos. A história de Arthur (Ademir Esteves), um exorcista e guia espiritual que usa a internet para contratar um assassino de aluguel (Ricardo Casella) para proteger sua filha Michele (Luara Pepita) de uma possessão demoníaca.

O terror nacional vem se arrastando a muito tempo com produções receosos em se arriscar para não perder a atenção do grande público, estratégia que acaba desagradando quem realmente gosta do gênero e procura terror de verdade. “Mal Nosso” veio pra provar o potencial de uma produção de terror nacional, coisa que não se via a um bocado de tempo, cheio de referências bem realizadas e reviravoltas de respeito.

A narrativa se constrói aos poucos e bem lentamente, em alguns momentos o longa segue arrastado, com cenas lentas demais, dá pra notar a estratégia do diretor em manter o suspense de uma forma dramática mas acabou exagerando um pouco. Isso não tira o mérito do filme com seus vários pontos altos para uma produção independente, como a maquiagem surpreendente e rica em detalhes, que deu ao filme um tom de produção comercial. A direção também é muito bem alinhada a fotografia deixando muito filme gringo no chinelo com cenas de violência bem conduzidas, focando em enquadramentos que mantém a tensão e não deixam perder a seriedade da cena, são pontos altos no longa, coisa difícil de se realizar caso contrário pode beirar o cômico.

No geral, Mal Nosso não peca em seu propósito de transmitir uma trama forte e misteriosa, porém simples, com personagens que te mantém a curiosidade enquanto seus objetivos são revelados pouco a pouco a la “O Sexto Sentido” com toques de “O Iluminado” de Kubrick.

Misturando muito bem os sub gêneros “possessão demoníaca” e “serial killer” com tom sombrio e coloração soturna a produção independente conduz uma boa narrativa e técnica competente até o fim do filme.

Fã do cinema de terror, Samuel Galli decidiu produzir um filme com uma estrutura desconstruída, que dá espaço para reviravoltas tanto na narrativa, quanto na mistura de gêneros. Inicialmente, Mal Nosso (Our Evil) seria um thriller espiritual, mas a parceria com Rodrigo Aragão, mestre em efeitos em maquiagem, tornou possível dar vida à violência e ao sobrenatural. Gravado em 25 dias, em 2015, o filme traz também as assinaturas de Márcio Pasqualin, um dos maiores coloristas do Brasil; Alessandro Laroca, editor de som, responsável pelo áudio de Cidade de Deus; e Gustavo e Guilherme Garbato (Casa da Sogra Soluções Sonoras), na trilha sonora, com destaque para a música StolenSeason, da banda gótica finlandesa The 69 Eyes.

Sobre Samuel Galli – Formado em Direito e proprietário de um restaurante em Ribeirão Preto – SP, Galli fez um curso de cinema na NYFA, em Los Angeles. Desde então, até 2015, se dedicou aos estudos de roteiro, direção, direção de fotografia, edição e produção. Juntou suas economias, adquiriu os equipamentos e se uniu à produtora Kauzare Filmes, também de Ribeirão Preto, e produziu o filme. Ele aposta em Mal Nosso (Our Evil), seu filme de estreia, como um cartão de visita no cinema independente de terror. E já trabalha no roteiro de seu próximo longa, um thriller com toques de horror.

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