Em Crimes Vitorianos Macabros, os renomados historiadores Kate Clarke, M.W. Oldridge, Neil R.A. Bell e Trevor Bond, revelam as realidades terríveis desse aspecto da vida vitoriana, oferecendo um perfil não apenas dos criminosos e suas vítimas, mas também de policiais, cientistas forenses e outros que mergulharam nas densas sombras do século XIX. Obra de referência única, o livro é uma leitura certa para todos que se interessam por crimes reais, repleta de indicações e recomendações para quem deseja se aprofundar na atmosfera misteriosa e macabra do período.
Poucas coisas evocam mais a Grã-Bretanha da era vitoriana do que seus criminosos. Junto com as ferrovias, os lampiões a gás e a névoa constante, eles são ingredientes vitais em qualquer narrativa que procure retratar o período. A verdade, no entanto, era com frequência mais estranha, emocionante e assustadora do que a ficção.
Crimes notórios — o assassinato de Road Hill, o mistério de Balham e Jack, o Estripador — se somam aos casos esquecidos e negligenciados. A obra apresenta histórias chocantes e aterrorizantes e expõe também os horrores do cotidiano da época, em relatos impressionantes e contundentes. Entre eles, temos o de Amelia Dyer, a “criadora de bebês” que anunciava um lar amoroso a bebês indesejados, mas os matava impiedosamente, e a história de Mary Anne Cotton, que envenenou vários maridos, filhos e outros parentes a fim de obter o dinheiro do seguro de suas mortes. Outro caso notável é o de James “Babbacombe” Lee, condenado por matar seu empregador. Ele sobreviveu a três tentativas de enforcamento e escapou em liberdade. Entre os carrascos do período, destacam-se James Berry (que tentou executar Lee sem sucesso), Thomas Calcraft e William Marwood.
Embora vista hoje como uma época violenta, a era vitoriana registrou poucas tentativas de assassinato de personalidades. Apesar de alguns atentados contra a rainha Vitória durante seu longo reinado, ela nunca chegou sequer a ser ferida. A única vítima realmente ilustre foi Edward Drummond, secretário do primeiro-ministro Robert Peel. O livro também fala sobre Charles Dickens, talvez o maior escritor de ficção policial da época; e sobre o triste episódio da lendária Dorset Street, no East End, apelidada como “a pior rua de Londres” devido à sua história de superlotação, abuso de álcool, prostituição, violência doméstica e assassinatos.